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Repensando o sentido das conexões através das inovações abertas

Olá, muito bom ter você por aqui.
Artigo escrito por Flávio Arruda, a quem parabenizo, publicado ontem (26/08/2018), de uma forma direta e objetiva, com uma sensível leitura do que estamos vivendo hoje.
Aproveitem!!!
Repensando o sentido das conexões através das inovações abertas. 
Imagine-se momentaneamente em um sonho no qual você está em um lugar árido com um calor escaldante. O silencio é interrompido pelo barulho ensurdecedor de um grupo de cavalos que galopam furiosamente na sua direção. Eles são tantos que a sua visão não alcança nada mais no horizonte. A poeira e o barulho se misturam e você decide permanecer onde está, na esperança de deter ou interromper alguns destes animais. Eles, porém, continuam passando cada vez mais rápido até o momento em que você é atropelado e – para seu alívio - desperta...
Não é difícil a analogia com o mundo real - este mundo de velocidades “exponenciais” (para usar uma das muitas buzzwords, palavras desafiadoras atualmente na moda) onde cada animal seria visto como uma nova tecnologia que surge e passa por todos nós.   Se tivessem nomes, poderíamos chamá-los de “blockchain”, “internet das coisas”, “nanotecnologia”, “inteligência artificial”, “geoengenharia” – enfim, uma lista interminável de vocábulos que se tornaram mais comuns em palestras e painéis de discussão do que aqueles associados às disciplinas que aprendemos no colégio ou a comidas que consumimos diariamente.
Porém, outros dois aspectos também se traduzem em facetas complexas do mundo atual: o primeiro é pensar na manada de animais - que passam freneticamente no sonho - como dados e informações com os quais nos deparamos diariamente. Os mesmos dados que não conseguimos separar entre aqueles que são imprescindíveis, em um extremo, e irrelevantes, no outro.
 O outro – e talvez mais crítico - é a percepção de que estamos sós diante desta “manada” ...
O que fazer diante disso?
A boa notícia é que esta jornada não é, nem pode ou deve ser, solitária. No entanto, mais do que falar de uma realidade de “jogo do contente” trata-se de uma questão de sobrevivência. Estamos entrando, de forma silenciosa ou não, naquilo que chamo de “Era dos COs”: COlaboração, CO-criação, COoperação, COopetição, CO-gestão, COnfiança, COmpartilhamento, COnexão...
Existem inúmeros artigos que procuram destacar que não dá para chegar “lá” sozinho. Na Era dos COs, isto vale tanto no âmbito pessoal como na forma como organizações interagem umas com as outras.
Particularmente quando falamos de inovação nas empresas, tendo como pano de fundo o mundo desafiador acima descrito, parece natural pensarmos em um cenário no qual uma nova abordagem se alinha com este contexto. Em linhas gerais, um cenário que considere o uso tanto de ideias externas como internas às estruturas de uma organização, possibilitando que esta forma de trabalho gere insumos para processos e caminhos dentro e fora da empresa.
Trata-se de um quadro no qual a pauta não é deter o “melhor” ou o “mais recente” conhecimento, mas sim explorar da melhor forma a combinação entre conhecimentos intrínsecos e extrínsecos à organização, em prazos adequados, para desenvolver novos produtos, processos ou serviços de forma criativa e – por que não – inovadora.
É nisto que reside a chave da inovação aberta: trabalhar a conexão entre os “mundos” interno e externo de uma empresa, de forma a obter um resultado que seja melhor para ambos, sem que isto represente abrir mão dos objetivos e do posicionamento desta empresa no mercado.
Da mesma forma, não podemos pensar em inovação aberta como um modismo aplicável somente às iniciativas ditas disruptivas. A troca de conhecimento e o estabelecimento de conexões pode abrir portas para melhorar processos, assimilar mais rapidamente as novas tecnologias, abreviar o tempo para lançamento de produtos, aumentar produtividade e acima de tudo, impactar resultados. Inúmeros são os exemplos de empresas que vem trabalhando a inovação aberta que evidenciam tais aspectos.
A troca de conhecimento e o estabelecimento de conexões pode abrir portas para, acima de tudo, impactar resultados.
Precisamos, mais do que nunca, diante de tantos desafios no Brasil e no Mundo, refletir sobre o benefício de praticar a inovação através de um olhar para fora dos limites das organizações.
A (re)descoberta - extrapolando nossas fronteiras pessoais e organizacionais - de pontos de vista que questionam, complementam e/ou se alinham aos nossos é, acima de tudo, um exercício de conexão e diálogo. 
Que a inovação aberta nos ajude a abrir esta agenda, para que, em sonhos ou não, os cavalos nunca passem por nós deixando apenas poeira...
Flávio Arruda

Flávio Arruda

Business Development; Product Development; Market Intelligence; Open Innovation; Asset Management; Mentorship

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