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Governança Corporativa

Pessoal,
Muito boa tarde!
Espero que vocês estejam bem.

Muitas pessoas me pediram para falar sobre a conceituação de Governança Corparativa, tema que está sendo cada vez mais comentado e exigido no mundo empresarial.

Vamos lá!

Governança Corporativa tem sido um tema muito presente no atual vocabulário de negócios globais.

O colapso da Enron em 2001, uma das maiores empresas americanas, tem chamado a atenção para as falhas  das empresas, recorrendo ao forte papel da Governança Corporativa para prevenir tais problemas.

Esta conceituação e foco da Governança Corporativa chegou com muita força e sua importancia crescerá muito com o passar do tempo, principalmente para empresas que têm ações em bolsa de valores e empresas que pretendem abrir o capital (IPO).

Na literatura existem várias definições do termo, conforme apresentamos abaixo, recorrendo a alguns autores acadêmicos:

1.
...o processo de supervisão e controle aplicado para assegurar que as ações de gerenciamento da empresa estão de acordo com os interesses dos acioniostas (Parkinson, 1994).

Observação Floro: Visão estreita com foco apenas nos interesses dos acionistas;

2.
...o papel da governança não está preocupado com a operação do negócio da empresa em si, mas com o direcionamento da empresa, com a supervisão e controle das ações gerenciais dos executivos e a satisfação  das expectativas legítimas das regras contábeis e regulações dos interesses além dos limites da empresa (Tricker, 1984).

Observação Floro: Visão mais abrangente, que engloba também os profissionais, o meio ambiente, os acionistas (Shareholders), os decisores (Stakeholders), a comunidade, etc...

3.
...a governança de uma empresa é a soma das atividades que cuida da regulação interna dos negócios de acordo com as obrigações impostas pela legislação das empresas, propriedade e controle. Incorpora a transparência dos ativos, seu gerenciamento e seu desenvolvimento (Cannon, 1994).

Observação Floro: Visão voltada para o cumprimento da legislação e transparência nas informações referentes à gestão.

4.
...o relacionamento entre acionistas e suas empresas e a forma como os acionistas agem para encorajar as melhores práticas. Isto inclui atividades dos acionistas que envolvem campanhas individuais ou em grupos para alcançar mudanças nas empresas (Manual de Governança Corporativa, 1996).

Observação Floro: Visão do acionista trabalhando para motivar os gestores a trabalharem para atender seus objetivos.

5.
...as estruturas, processos, culturas e sistemas que geram o sucesso na operação da organização (Keasy and Wright, 1993).

Observação Floro: Visão interessante, porém as decisões referentes à estratégia da empresa, também fazem parte da governança corporativa, e estas podem não serem acertadas, não levando a empresa ao sucesso.

6.
...o sistema pelas quais as empresas são dirigidas e controladas (The Cadbury Report, 1992).

Observação Floro: Esta é a visão mais abrangente, porém não muito clara em termos de conceituação e abrangência.

Depois de entendermos melhor a conceituação, fica um pouco mais fácil entendermos as definições.

A estrutura da governança corporativa é um tripé constituido com os seguintes componentes:

Propriatário - Conselho de administração - Gestão da empresa

Proprietário:
Proprietário da empresa que tem intenção de se afastar da operação do dia-a-dia, por razões de crescimento da empresa, sucessão, venda da empresa ou abertura de capital (IPO)/capitação de recursos;

Conselho de administração:
Órgão constituido para representar o proprietário, junto à gestão da empresa; Neste ponto é comum a contratação de "um fiscal", que pode ser chamado de auditoria externa;

O Conselho de administração é responsável pelo direcionamento e acompanhamento da empresa, definindo também o planejamento estratégico da empresa e a indicação dos controles a serem realizados, assegurando que os objetivos traçados sejam alcançados;

Este conselho é composto por pessoas com diversos conhecimentos, devendo ser suficiente para desenvolver o planejamento estratégico, acompanhar, coordenar e controlar as ações dos gestores da empresa.

Além da rentabilidade e da sustentabilidade de longo prazo, este grupo, demonstrando preocupação com o meio ambiente e a responsabilidade social, também deve ser de assumido pelo Conselho de Administração.
Gestão:
Grupo de executivos que estarão na gestão do dia-a-dia da empresa, liderados pelo Presidente.

Neste caso o presidente da empresa deve coordenar a operação das ações indicadas pelo Conselho de Administração, respondendo pelos resultados esperados.

Situações não recomendáveis (muito comum em empresas atuais):
O presidente não deve compor o Conselho de Administração da empresa.
Como vocês sabem, o presidente tem uma considerável parte de sua remuneração proveniente da lucratividade que a empresa alcança. Portanto as decisões do presidente podem estar mais comprometidas com o bônus do que com relação aos objetivos mais consistentes de longo prazo da empresa.
O Conselho da Administração funciona como o olho do dono, fiscalizando todas as ações do presidente, assegurando que os objetivos do proprietário seja seguido, desde que dentro dos padrões éticos.

Estamos à disposição para aprofundarmos as discussões, caso hajam interesses.

Um grande abraço!

Floro

 

Comentários

Tainah Veras disse…
Realmente a Governança Corporativa é um ativo intangível em voga atualmente;o grande desafio de conciliar esse ativo com as necessidades dos consumidores é otimizar valor para ambos os públicos. Para isso, é necessário um gerenciamento eficaz de todos os ativos. Sugiro conhecer a iniciativa Programa Intangíveis Brasil, que se propõe a discutir esse assunto e realizar eventos sobre o tema.

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