Pessoal,
Muito bom dia! Espero que vocês estejam bem.
Dr. Alexandre Kalache apresenta estudos enfatizando que profissionais seniores conseguem ser tão produtivos que profissionais mais novos, ou ainda mais produtivos.
Interessante a abordagem de como a empresa pode contribuir e também o que está sob a responsabilidade dos próprios colaboradores, que entendo ser a maior parte. As decisões de cuidados e preparação é de responsabilidade dos próprios colaboradores.
Vejam o artigo e a antrevista do Dr. Kalache.
Aproveitem.
José Floro Sinatura Barros
19/08/2015 14:03
19/08/2015 14:03
Médico destrói mitos sobre produtividade de colaboradores mais velhos
Fernando Oliveira
Durante palestra, Alexandre Kalache apresentou estudos e cases para mostrar como as empresas podem reverter o envelhecimento dos funcionários em maior competitividade
“Fechem os olhos e pensem: em que idade você acha que vai morrer?”. É com essa provocação que médico Alexandre Kalache começou sua fala na palestra “A produtividade na longevidade”, durante o CONARH 2015. Segundo o presidente da International Longevity Centre Brazil (ILC BR), pensar a longevidade não é só assegurar direitos como a aposentadoria e outros benefícios, mas também proporcionar o direito de trabalhar. Ao tomar o Brasil como exemplo, dados mostram que o país está envelhecendo mais rapidamente do que os países desenvolvidos, e isso tem impacto direto na produtividade.
De acordo com estudos apresentados pelo especialista, são necessários quatro profissionais brasileiros para ter o mesmo desempenho de um estadunidense. Em comparação com o noruguês, são precisos cerca de 7,5 trabalhadores brasileiros para produzir o mesmo. Além da falta de mão de obra qualificada, a qualidade com a qual se envelhece também é fundamental para garantir o bom desempenho. Para a maioria da população, com menor escolaridade e mais pobre, esse quadro é pior: muito antes do ideal, a pessoa já está incapacitada de produzir. “Essa é uma população que desde a infância não pôde utilizar as oportunidades porque foi pobre, subnutrida, teve doenças, a mãe teve menos de oito anos de educação, é vítima de um contexto social e que começa com o envelhecimento mais rápido”, explica.
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o Marco Político do Envelhecimento Ativo, que propõe um processo de otimizar as oportunidades de saúde, participação, segurança, proteção e aprendizagem ao longo do curso da vida. Pensando nisso, Alexandre alerta que é preciso reinventar o curso de vida e que, para isso, alguns mitos sobre o trabalhador idoso precisam ser revistos. Um deles é que empregados mais velhos são mais propensos ao esgotamento e menos produtivos do que os mais jovens, mas, de acordo com estudos recentes, isso não é totalmente verdade, pois alguns valores como lealdade e cooperação, por exemplo, são mais fortes nesse grupo. Outro mito é de que as habilidades são perdidas ao longo da vida, mas isso pode ser revertido por meio de exercícios físicos e mentais. Além disso, ser produtivo em uma organização depende não só da idade, mas também da saúde, e por isso é fundamental cuidar dos seus colaboradores.
Kalache trouxe, ainda, o case da montadora de automotores BMW: a empresa alemã, de olho nas projeções de envelhecimento da população, estabeleceu um plano para um cenário com funcionários mais velhos e com ganhos de produtividade e competitividade. Uma das ações foi o redesenho de uma linha de montagem para trabalhadores mais velhos, como estratégia que vincula o preparo para o futuro com o estímulo à diversidade na atualidade. O plano da BMW se reverteu em resultados iguais ou superiores dos empregados idosos em comparação aos trabalhadores jovens.
Para finalizar, Kalache trouxe também uma reflexão sobre como o Brasil vai se adaptar à revolução da longevidade. Segundo dados apresentados, a média da idade de aposentadoria no Brasil é de 53 anos, enquanto na Europa é de 62 anos. Para o médico, isso não será sustentável tanto para as organizações quanto para o setor público. “Isso significa também baixa produtividade extrema com a saída desses talentos, que têm níveis de saúde que jamais outra geração de pessoas mais idosas teve”, pondera. E deixa o recado: “É essa a resposta que vamos dar à revolução da longevidade?”.
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